sábado, 15 de dezembro de 2007

Um sinal verde para o Brasil


Um sinal verde para o Brasil

Semáforo vermelho. Os carros páram. Uma criança se aproxima para vender doces ou simplesmente pedir esmola. Vidros fechados. Sem educação, sem saúde, sem moradia e desacreditados, esses jovens não têm uma infância digna. O semáforo não se torna verde. Um sinal de alerta para o país e para um futuro quase perdido.
A sociedade brasileira das últimas décadas vem passando por inúmeras transformações no âmbito social e econônico sob uma perspectiva capitalista. Tomando como base o lucro e o consumismo, tais tranformações trazem conseqüências negativas para a parcela carente da população, como jovens de rua, principalmente quando seus direitos são deixados de lado.
É assegurado, à criança e ao adolescente, pela Constituição Brasileira no Artigo 227 o direito à saúde, à alimentação, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar. Entretanto o que se vê é um não cumprimento da lei devido à inúmeros fatores: incompetência da administração pública juntamente com o preconceito, a exclusão social e a segregação espacial.
Crianças e adolescentes marginalizados não são tratados como cidadãos. Muito pelo Contrário: menino de rua é sinônimo de bandido. Eles são fruto de um Estado que não ofereceu nenhuma condição de melhoria às periferias (encontrando outros meios de sobrevivência e de obtenção de renda), não adquirindo o status necessário para o exercício da cidadania. Isso soa estranho, mas é um cenário típico de um país desigual: quanto mais rica, mais cidadã uma pessoa é.
É importante ter a consciência que se investíssemos agora nos jovens brasileiros para uma formação de qualidade, estaríamos dando o sinal verde que o país precisa. Estaríamos indo rumo a uma nação de adultos que reconhecem os seus direitos.
Com essa perspectiva, o Estado com a ajuda de Organizações Não-Governamentais (ONG's) deve investir na educação e em projetos esportivos, artísticos e informativos dentro das escolas como um meio de chamar a atenção dos jovens. Além disso, encaminhá-los para essas entidades com o investimento em propaganda e a ação de agentes do governo. Isso somente dará certo quando condições forem dadas para que não seja preciso que uma criança batalhe pelo seu pão de cada dia, porque afinal ela é uma criança e merece ter uma infância.

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