sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Quem fala em mim?


Quem fala em mim?
O aparelho psíquico já foi muito estudado e dividido em partes metafóricas, partes estas que não são delimitações físicas, pois é complicado e incorreto estabelecer fronteiras, visto a tamanha complexidade da mente humana.Porém, para facilitar o entendimento imagine esse aparelho como um grande iceberg no oceano. O que vemos na superfície é a consciência, aquilo que é expressado no indivíduo. Nessa parte visível podemos localizar também o pré-consciente, uma parte um pouco nebulosa, mas que ainda temos um pequeno acesso, pois o conteúdo aí existente vai para a consciêcia com menor dificuldade. Finalmente, 90% do iceberg encontra-se submerso nesse escuro e misterioso oceano: é o inconsciente, o depósito das forças instintivas, dos desejos e da natureza original de cada um de nós.Agora esqueça o que eu disse acima. Sim, esqueça. Esse modelo de consciente, pré-consciente e inconsciente, enfim, essa classificação não é tão dramática que a de ego, superego e id. Eles são um pouco similares (nessa ordem) aos domínios do modelo antigo. Sigmund Freud, pai da psicanálise, grande psicólogo e estudioso da natureza mental do ser humano, influenciou todo o pensamento do século XX com seu legado. O clichê "Freud explica" não é à-toa.O superego é a instância da censura, um controlador que introgeta a moral dominante para tentar reprimir e esconder os desejos do id, desejos estes que podem ser os mais loucos possíveis e que de alguma forma não são aceitos no meio em que você, eu, nós vivemos.O ego (consciente) é o que conhecemos de nós, resultado dessa intensa luta interna, esmagado por todos os lados. Pobre ego. Para o superego o comentário não chega a ser muito diferente. O id, porém, é a primeira instância no ser humano: as outras se formam com o tempo. Vale lembrar que o que para o ego é absurdo para o id é completamente normal.Ambos, ego e superego, possuem uma desvantagem quando em conflito com o id, pois o id é uma "fábrica" inesgotável de energia, desejos, pulsões e paixões. Essa energia, chamada por Freud de libido, se manifesta em sonhos, lapsos e atos falhos, pois essa demanda é tão grande que se caso ficasse "presa" no indivíduo ele talvez "explodiria" (distúrbios mentais). Entretanto a libido escapa através de máscaras criadas pelo superego que além de tentarem impedir que se tome ciência de sua verdadeira face, tentam evitar o desprazer. Vale lembrar que a mente tenta evitar o desprazer do indivíduo a qualquer custo. Entre quatro paredes, porém, o id ganha uma força enorme e ultrapassa seus opositores. A questões que coloco são as seguintes: Quem fala em mim? Quem é o sujeito das minhas ações? Quem sou eu? Como é possível estabelecer uma moral se sabemos que uma grande parte de nós não é racional?Nós só conhecemos a ponta do iceberg...

"Nós somos fundamentalmente id"

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