Lobo ou criatura social?
A questão do Estado
Thomas Hobbes e Karl Marx. Épocas diferentes. Pensamentos diferentes. Mas uma coisa em comum: os dois se preocuparam com a questão do Estado, causando repercursões até os dias atuais.
Thomas Hobbes filosofou primeiro. Hobbes diz que em um dado momento os homens viveram em uma constante "guerra de todos contra todos": o estado de natureza. Ele diz que a tendência primeira do homem é a guerra, pois o homem é um ser a-histórico e sua essência é individualista acima de tudo. O homem vivia em constante medo (da morte) e desconfiança. Era o caos e, por conta disso, a vida do homem era muito curta.
Todos começaram a perceber que aquele estado de guerra não era vantajoso (não havia desenvolvimento) e por isso criaram um pacto social no qual a paz era o mais importante (tranqüilidade a longo prazo). Assim, segundo Hobbes, criou-se o Estado: por medo e guiados pela razão, abdicamos de nossa liberdade absoluta em busca de paz, porém ainda podemos realizar as nossas "mínimas vontades". O Estado teria que ter um representante que o governaria, o Leviatã, em quem deveríamos ter confiança e respeito, pois ele nos representava e era superior. No Estado de Hobbes todos seriam beneficiados. Os lobos curvam-se ao Leviatã, caso contrário poderia ser o fim do Estado ideal para Hobbes.
Já Karl Marx pensava muito diferente. Voltou a Aristóteles dizendo que a tendência do homem é a de se organizar, só que da maneira mais variada possível. A própria essência humana muda, a partir da base material, ao longo da história.
Para Marx, o Estado não passa de um aparelho de opressão da classe dominante, que propaga sua ideologia, a fim de "modelar" os dominados para atender aos seus diversos interesses (como os burgueses que tentavam alienar os proletários), ou seja, os valores "flutuam" em função do mercado. Marx desejava transformar a realidade com a sua filosofia.
Hobbes diz que o Estado é um pacto racional movido pelo medo de se voltar ao estado de natureza, ou seja, o homem a princípio é um lobo que depois foi domesticado. Há também um certo medo do Estado. Marx afirma que o Estado é um "jogo" de ideologia dominante, que tem como fim o mantimento dos privilégios das classes do alto da pirâmide social.
Afinal, estamos mais para completos lobos ou criaturas sociais?
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