
Ser
(Carlos Drummond de Andrade)
O filho que não fiz
Hoje seria homem.
Ele corre na brisa,
Sem carne, sem nome.
Às vezes o encontro
Num encontro de nuvem.
Apóia em meu ombro
Seu ombro nenhum.
Interrogo meu filho,
Objeto de ar:
Em que gruta ou concha
Quedas abstrato?
Lá onde eu jazia,
Responde-me o hálito,
Não me percebeste,
Contudo chamava-te
Como ainda te chamo
(além, além do amor)
Aspira a criar-se.
O filho que não fiz
Faz-se por si mesmo.
2 comentários:
Querido...
a foto está perfeita com esse poema...
um dos meus favoritos...
Minha alguém amada!
Muito obrigado^^
Foi vc que me passou esse poema, lembra?
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