domingo, 16 de dezembro de 2007

As três transformações de espírito

Das três transformações


É uma parábola contada por Zaratustra onde ele nos mostra a nossa libertação da moral escrava. Três transformações de espírito são mencionadas: como o espírito se muda em camelo, o camelo em leão e o leão, finalmente, em criança. Isso diz respeito ao espírito respeitável, forte e sólido.
O espírito que "acorda" se dá conta que por todo esse tempo carregou uma enorme carga. O espírito se muda em camelo, quando percebe que vive com uma carga pesadíssima (que é a moral do rebanho) e fica com várias dúvidas sobre essa moral, que além de imposta é violenta.
Sobrecarrega-se o camelo que é levado pelo seu deserto. No deserto mais solitário, porém, se efetua a segunda transformação: o espírito torna-se leão. Agora ele quer consquistar a liberdade e ser senhor no seu próprio deserto. Procura então o seu último senhor, o grande dragão com inúmeros "TU DEVES" e valores milenares gravados em suas escamas. O dragão diz: "Eu sou todos os valores criados e novos valores não reinarão!".
Em oposição ao dragão, no leão cintila o "EU QUERO". O leão não pode criar valores novos, mas ele pode criar a liberdade para uma nova criação, pois é uma criatura forte. O dragão diz: "No futuro não deve existir o 'EU QUERO' ". O leão cria a sua liberdade dizendo um "Não" perante ao dragão, perante ao dever. Agora o espírito se transforma em criança.
Mas o que pode fazer uma criança o que não possa o leão? A criança é a inocência, o esquecimento, um novo começar após o turbilhão causado pelo leão, um brinquedo, uma roda que gira sobre si, um movimento, a afirmação. Vamos quebrar essa grande prisão: a moral escrava que nos domina há muito tempo.
Assim falou Zaratustra

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