segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

"O" poder


O Leviatã, o aparelho de opressão e as relações de poder



Michel Foucault. Um filósofo bastante discutido. Ele duvidou das teses de pelo menos dois importantes pilares da filosofia: Thomas Hobbes e Karl Marx. Foucault foi apropriado pelos vários campos do saber, mas teve como um dos seus principais estudos a questão do poder.
Foucault foi contra a concepção do poder do senso comum. Para as massas o poder é uma propriedade de poucos, tem uma localização e tem um aspecto negativo (dominação). Seria fácil imaginar: o poder é vertical. Uma pirâmide cujo topo exerce poder sobre a base. O mesmo poderia se dizer sobre o Estado.
Essa concepção está vinculada ao pensamento de Hobbes e de Marx. Hobbes diz que o Estado é um contrato em que o maior medo é que voltemod para o estado de natureza. Nesse estado de caos todos eram dotados de total liberdade, mas havia um constante temor da morte. Assim, guiados pela razão, os homens abririam mão dessa total liberdade e escolheriam um representante que os governaria e garantiria a paz. Para Hobbes o lobo se curva ao Leviatã.
Já Marx diz que o Estado é um aparelho (burguês) de opressão no qual a elite faz uso da alienação para controlar as massas e manter seus privilégios. Tanto para Marx quanto para Hobbes o Estado é algo que reprime e limita. E o poder está localizado no mesmo.
Em contrapartida, Foucault diz que não podemos falar em "o" poder. O poder é uma relação (ou relações) de micro-forças que se atravessam formando uma enorme teia do tecido social. A grande diferença é que "o" poder não é vertical, mas são relações contidas num mesmo plano e que sofrem influências umas das outras.
Assim, ele passa a ser encarado como relações que estão presentes em todos os lugares e que ninguém pode estar fora. O próprio poder do Estado é "configurado" de acordo com as micro-relações. As micro-relações de poder se dão em casa, na escola e em todos os possíveis lugares. Além disso, essas relações podem possuir um caráter positivo, pois estimulam, incitam e lançam o indivíduo adiante. Encarando desse modo, podemos dizer que o poder do Estado dociliza para nos tornar produtivos.
Foucault contesta o pensamento de esquerda no qual o tomada do poder é o objetivo. A economia já não é mais a "chave" para remover os excessos de poder. "Ninguém está fora do poder". Ele é "algo" positivo e produtivo. Enraizado com a idéia positivista de "Ordem e Progresso". Mas sabemos também que as nossas relações podem refletir no chamado "topo da pirâmide".

Afinal, quais são os reais objetivos de se manter a velha concepção de poder?

Um comentário:

Elis Vasconcelos disse...

Michel Foucault é um chatoooooo! ¬¬
Só te perdôo porque gosto de você...rs

;)