sexta-feira, 27 de junho de 2008

A Política dos Antigos

A política clássica tem uma explicação finalista, vinculada á idéia de ergon: "a natureza não faz nada em vão", pois concedeu ao homem o instrumento que o torna um animal político (zoon politikon): o logos. Aos animais foi dada a phoné (voz), para expressar a dor ou o prazer, e ao homem foi dado o logos (razão, palavra, capacidade de representar, de simbolizar), para argumentar. O pensamento de Aristóteles é fundado no teleologismo (finalismo) e, segundo o filósofo, o homem tende a se organizar em torno da pólis e laicizar a palavra (ou seja, torná-la pública), sendo algo impregnado na própria essência humana.
A pólis, ontologicamente falando, é primeira. É anterior às partes naturais (família e aldeia) que a compõem. A idéia de que o homem, e tudo na natureza, possuí uma função é demasiadamente forte no pensamento de Aristóteles (servindo também como argumento para a escravidão). Para Aristóteles, a política é uma "criação espontânea".
A política está na esfera da liberdade, ao contrário da esfera privada e suas relações "homem e mulher" (reprodução) e "homem e escravo" (contradição) que representam a esfera da necessidade, e representa o FIM do homem, sendo que sem ela o homem não realiza plenamente a sua essência e não alcança a (verdadeira) felicidade.

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