sexta-feira, 28 de março de 2008

Um Mundo de idéias

Uma brevíssima introdução ao Platonismo.

O ser humano, em relação aos outros animais, é um ser intelectualmente fascinante, pois é um animal simbólico, ou seja, ele não conseguiria transmitir a maioria de suas idéias sem ter um domínio da abstração. O homem é dotado de logos (pensamento que se pronuncia, idéia que se transmitem, essências que se constroem na mente, razão) e palavra (que é o instrumento exclusivo de nossa espécie).
O filósofos refletem sobre um determinado assunto até acharem alguma explicação ou não. Eles se envolvem numa reflexão que tem como objetivo esgotar ao máximo esse tema, ou seja, chegar o mais próximo possível da sua essência. A dialética, surgida na Grécia Antiga, é isso: a arte do diálogo, da contraposição e contradição de idéias que leva a outras idéias.
Um filósofo chamado Arístocles conhecidíssimo pelo nome Platão, velha figura da filosofia, se perguntou porque nós, desde pequenos, já possuíamos idéias. Segundo Platão, entes das almas incorporarem nas pessoas, ou seja, antes de nascermos as almas viviam no mundo inteligível, dito pelo filósofo como o mundo do verdadeiro conhecimento, que é eterno. Então as almas possuíam idéias quando viviam nessa esfera superior sendo que, quando nascemos, possuíamos idéias inatas com maior ou menor clareza.
Basta uma criança ver uma ou duas vezes um cachorro, por exemplo, para ela reconhecer a sua essência e sempre que estiver em algum lugar e ver um cachorro, podendo ele ser grande, pequeno, ter pêlo diferente e não ter nada a ver com os outros que ela viu, ela reconhecerá que é um cachorro. Uma das primeiras coisas que as crianças percebem é a diferença do feminino para o masculino. A pessoa desde pequena observa que um homem tem barba, voz grossa e a mulher é delicada, tem voz suave, guardando isso como a essência de ser homem e ser mulher. Já a liberdade nós não podemos ver, pois ela é uma palavra que exige ser compreendida através da abstração (não a veremos andar por aí como o cachorro, por exemplo), ela é uma idéia. Daí se depreende o conceito amplo de essência, complicado de se definir em poucas palavras, mas que tentarei fazê-lo: "Essência é aquilo que faz uma coisa ser o que ela é".
Conservamos a essência de algo desde pequenos. Todo conhecimento é um reconhecimento, pois um ser não precisa ser exatamente igual a outro para que receba o mesmo nome. É a partir do universal que eu conheço o particular. É através da idéia de essência.

Um comentário:

Anônimo disse...
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