O Psicanalista e a Imagem
“O psicanalista deixa o estudo ontológico da imagem; ele aprofunda a história de um homem; vê, mostra os sofrimentos secretos do poeta. Explica a flor pelo estrume.” (Bachelard – A Terra e os Devaneios da Vontade)
É importante salientar que os interesses de Bachelard, nos seus estudos sobre a imaginação, fogem do exclusivo campo da terapêutica. No caso da passagem citada, Bachelard faz uma crítica à psicanálise, pois essa ignora a autonomia do simbolismo. O psicanalista intelectualiza a imagem, deixando o estudo “dela nela mesma” para empreender a busca de suas causas, ou seja, buscando todo um passado que talvez a tenha gerado.
No caso de uma crítica literária ou de uma crítica artística, isso representaria um trabalho que não se comprometeria com a novidade, pois a imagem e sua vivência, no momento que a apreendêssemos, não seria o eixo de tal crítica. Para Bachelard, nós temos que viver a imagem e não psicanalisá-la: não devemos buscar o que está por de trás dela, devemos ignorar suas causas (se elas possuírem) e apreendê-la em sua totalidade, ignorando seu antes e seu depois, vivendo sua ontologia no seu tempo característico: o do instante.
Um comentário:
´´1 dólar as vezes é só 1 dólar´´, a maneira como a mente recebe os impulsos vindos dos sinais do ambiente não distorce,necessariamente, o material que inunda o indivíduo.O próprio Freud nos deixou atentos disso.
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