quarta-feira, 7 de julho de 2010

Thomas Kuhn


O PARADIGMA E A ESTRUTURA DA COMUNIDADE

Thomas Kuhn, em seu posfácio, faz uma revisão do termo “paradigma” ao indicar que, ao longo de seu livro, o mesmo é usado em dois sentidos diferentes: 1 -“De um lado, indica toda a constelação de crenças, valores e técnicas, etc..., partilhadas pelos membros de uma comunidade determinada”. Essa primeira definição liga-se fundamentalmente com a estrutura da comunidade, uma vez que uma comunidade - a científica -, a qual estuda um objeto específico, só se reconhece como tal ao compartilhar um paradigma. Antes mesmo de praticar sua especialidade científica, os cientistas que constituem uma mesma comunidade receberam uma iniciação profissional e educacional similares. 2 - “De outro, denota um tipo de elemento dessa constelação: as soluções concretas de quebra-cabeças que, empregadas como modelos ou exemplos, podem substituir regras explícitas como base para a solução dos restantes quebra-cabeças da ciência normal”. Aqui Kuhn identifica “paradigma” como uma constelação dos compromissos do grupo, relacionando-o, assim, com a comunicação e julgamentos profissionais - tendo como componente importante as generalizações simbólicas (que funcionam em partes como leis e em partes como definições de símbolos que elas empregam). Kuhn atenta para o fato de que os paradigmas também podem ser encarados como exemplos partilhados, pois esses dão um grau empírico a uma determinada lei, constituindo um ponto de partida para aplicação na ciência normal. A partilha de exemplares visa a aquisição de um olhar que estabelece similaridades; assim, o cientista aprende a ver situações como semelhantes: “Uma vez percebida a semelhança e apreendida a analogia entre dois ou mais problemas distintos, o estudante pode estabelecer relações entre os símbolos e aplicá-los à natureza segundo maneiras que já tenham demonstrado sua eficácia anteriormente”.



BIBLIOGRAFIA


KUHN, T. A estrutura das revoluções científicas [tradução de Beatriz Vianna Boeira]. 8ª edição. São Paulo: Perspectiva, 2003. (Coleção Debates)

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