sexta-feira, 2 de maio de 2008

A morte da árvore

Uma pequena reflexão acerca do que o homem faz para a Terra.

A imagem que serve como plano de fundo para o título da minha página é a de uma árvore.
Para ser mais específico uma jabuticabeira, no bairro de Vila Friburgo (perto de Interlagos), São Paulo. E que jabuticabas deliciosas e suculentas que minha avó trazia de lá, não existiam iguais...
Ela vivia no jardim da minha tia avó japonesa e acompanhou a infância de muitas pessoas da minha família e esteve presente, inclusive, na minha infância, embora eu não morasse na casa do devido jardim.
Ela morreu.
Até o natal de 2006, data dessa foto, ela estava de pé, "logo ía tombar" imaginei, não mais dava jabuticabas, mas estava de pé, dando seus últimos suspiros.
A senhora do jardim sempre foi tratada com muito cuidado e deu bons frutos. Porém o tempo passou e, como o mundo é movimento incessante, ela se foi. E me deixou um vazio naquele jardim, no momento em que vi somente uns pedações de troncos secos e cortados.
Uma árvore não representa uma grande perda para a natureza, inclusive se esta teve uma morte digna de árvore.
O que me angustia são as que morrem antes da hora. Sim. Na verdade são essas que merecem alguns minutos de silêncio...
A cada dia, o homem desmata mais e mais, em prol do lucro desenfreado e da produção, esquecendo, assim, que a natureza é algo que nos completa como seres vivos. Nós temos ela como origem e para ela retornaremos, não resta dúvida.
A natureza possuí mecanismos para manter seu equilíbrio, mas o homem está fazendo dela um laboratório cruel e ela está reagindo, de formas curiosas, muitas delas negativas.
Enchentes, ciclones, terremotos no Brasil (!!!), aquecimento global acima do esperado, secas...enfim, há quem acredite que isso não é um mero ciclo natural, e sim um ciclo no qual o homem interviu, forjou e que agora está sofrendo as conseqüências.
A "morte da árvore" pode ser uma coisa boa, sob esse aspecto, uma morte digna, que eu gostaria que toda as árvores tivessem.
Que a senhora jabuticabeira descanse em paz.

Não está na hora de pararmos?
Não está na hora de reformularmos a nossa visão sobre a natureza?
E de lutar por ela também?

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